Casas do Poeta Pablo Neruda: qual visitar durante a sua viagem ao Chile?

Pablo Neruda foi um poeta chileno, considerado um dos mais importantes da língua espanhola do século XX. Possuía forte influência política e social, temas bem frequentes em suas obras. Outras de suas inspirações vinham da sua paixão do mar, o que pode ser percebido em suas três casas, as quais hoje são museus e recebem milhares de turistas todos os anos.

Ao viajar para o Chile, sugerimos que visite pelo menos uma delas (La Chascona, La Sebastiana e Casa Museu de Isla Negra), oportunidade, também, de conhecer mais do mundo pitoresco do artista.  Não sabe qual visitar? Nós te ajudamos a decidir.

1. Casa La Chascona

La Chascona, declarada Monumento Nacional em 1990, está localizada no boêmio bairro Bellavista, na cidade de Santiago, capital do Chile. Caracterizada por suas cores de azul, branco e amarelo, nasceu como um esconderijo seguro para sua vida amorosa com Matilde Urrutía, na época sua amante, cujo o apelido era la chascona por conta dos cabelos ruivos bagunçados.

O terreno foi comprado em 1953 e sua arquitetura foi baseada nos sonhos do poeta, que queria poder ver a Cordilheira dos Andes dali. Inicialmente, Matilde viveu ali sozinha, mas, ao se separar em 1955 de sua segunda mulher, Neruda se mudou para lá, e assim puderam viver juntos até os últimos dias da vida do artista. Interessante pontuar que a casa foi crescendo desordenadamente, numa série de puxadinhos que Neruda ia inventando. O audioguia que te acompanha durante a visita explica o motivo e o uso de cada novo ambiente.

Durante a ditadura chilena, La Chascona foi vandalizada e inundada, mas Matilde insistiu que o corpo do poeta fosse velado nela e se esforçou para reconstruí-la até sua morte, em 1985.

Hoje, o local é um museu que expõe as diferentes coleções guardadas por Neruda, incluindo livros, proas de barcos, conchas e garrafas de todas as partes do mundo. Lá, também está estabelecida a Fundação Pablo Neruda e suas dependências são usadas para diferentes atividades culturais e para pesquisadores que precisam estudar suas obras.

La Chascona é facilmente acessível através da estação Baquedano da linha 1 do metrô. (Rua Fernando Márquez de La Plata 192 – Providencia).

2. Casa La Sebastiana

 

No morro Florida de Valparaíso está localizada uma das casas mais conhecidas do Pablo Neruda: a Casa Museu La Sebastiana, caracterizada por seus quatro andares, múltiplas escadas, porão e sótão.

A casa se destaca por sua arquitetura e sua bela vista da baía de Valparaíso. Está cheia de cantos interessantes, de objetos e quadros, mapas e outras coleções. Além disso, era um dos lugares que o poeta mais gostava de se isolar do mundo e escrever seus poemas, tanto que um de seus versos foi batizado como “A la Sebastiana”, o qual o artista fala um pouco de sua construção.

Depois de anos vivendo em Santiago, a casa de Valparaíso foi eleita por Neruda depois de algumas exigências e muita procura: «Eu quero encontrar em Valparaiso uma pequena casa para viver e escrever tranquilo. Tem que ter algumas condições. Não pode ser muito no alto ou muito em baixo. Deve ser solitária, mas não em excesso. Vizinhos, oxalá invisíveis. Não devem ser vistos ou ouvidos. Original, mas não desconfortável. Muito alada, mas firme. Nem muito grande nem muito pequena. Longe de tudo, mas perto de mobilização. Independente, mas com comércio por perto. Também tem que ser muito barata».

Após o falecimento do poeta, a casa ficou fechada por 18 anos até que a Fundação Pablo Neruda comprou a parte da casa que pertencia aos amigos de Neruda para transformar a casa em Museu.

3.Casa de Isla Negra

Declarada em 1990 como Monumento Nacional, a Casa de Isla Negra foi a favorita de Neruda. O lugar se chamava, originalmente, Las Gaviotas, mas depois foi rebatizada como Isla Negra devido a cor de suas pedras.

Como Neruda era amante do mar e das coisas marítimas, construiu a casa como um barco com tetos baixos, pisos de madeira e corredores estreitos. Nela, estão guardadas as coleções mais importantes que o poeta juntou por toda a sua vida, a maioria dela vindas de várias partes do mundo e muitas relacionadas com o mar (proas, mapas, réplicas de veleiros, barcos dentro de garrafas, conchas e caracóis marinhos, entre outras).

Depois da morte de Neruda em 1973, a casa foi abandonada. Em 1986, a Fundação Neruda obteve o reconhecimento jurídico de casarão e foi restituída, sendo aberta ao público em 1990 como Casa Museu. Em 1996, os restos de Pablo Neruda e os de sua esposa, Matilde Urrutia, foram transportados até a casa, lugar onde descansam até hoje.

E aí, qual delas você já visitou ou gostaria de visitar?